sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A história gaúcha reconstruída a partir do mito fundador: Sepé Tiaraju

Nós, no Rio Grande do Sul, temos de nos dizer missioneiros, não farroupilhas”, disse o irmão marista Antonio Cechin à platéia que participou da mesa-redonda Sepé Tiaraju. Mito gaúcho?, na tarde de ontem, no XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território cultura e identidade.
Leia a matéria completa no site do IHU Unisinos:
www.ihu.unisinos.br

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Da aldeia à redução

Da aldeia à redução: a organização do espaço Guarani foi o tema tratado pelo professor Jairo Rogge, da Unisinos, durante o XII Simpósio Internacional IHU - A experiência missioneira: território, cultura e identidade. Assim, o professor buscou explicar, no início da sua palestra, como era a vida nos espaço original dos Guaranis. E destacou: “O Guarani é aqui para nós no sul do Brasil é um eterno migrante, está sempre caminhando, sempre a procura de algo, que hoje é a terra sem males”. Isso porque, com a chegada dos colonizadores e dos jesuítas, a ideia de espaço que os povos indígenas que viviam na região tinham foi reduzida até o ponto em que estamos hoje, onde os Guaranis vivem, principalmente, nas beiras das estradas sem acesso aos recursos mínimos que necessitam para sobreviver.
Leia Mais...

A rede social dos guarani

Uma das mesas redondas simultâneas realizadas na tarde de ontem durante a programação do XII Simpósio Internacional IHU. A experiência missioneira: território, cultura e identidade teve como tema “Narrativas sobre o espaço missioneiro”. Os palestrantes foram os professores Artur Barcelos, da FURG e André Luis Ramos Soares, da UFSM.

Artur Barcelos iniciou a fala lembrando que é importante pensar no impacto que o espaço e o território americano provocaram nos jesuítas que aqui chegaram para as missões. Por meio de pesquisa em cartas e relatos em diários, foi possível obter detalhes sinceros dos jesuítas sobre o que viveram e encontram aqui na América. Por isso, como lembra o professor Artur, é importante não esquecer que se trata do relato de espaço compreendido sob o ponto de vista dos jesuítas. Essa descrição do espaço fazia referência às casas, à comida, às roupas. E apontava um fenômeno interessante que ocorria com os padres: a solidão idiomática e o isolamento. “os jesuítas não tinham notícias de ninguém e suas cartas também saíam com dificuldade da América. Então foram perdendo o idioma com o tempo, mergulhados na realidade do local onde estavam”.

Em seguida, o professor André Soares tomou a palavra e destacou a importância da organização social dos guarani, frisando a diversidade deste povo indígena, que não pode ser minimizado como um único grupo humano, mas deve ter reconhecida sua diferenciação cultural. “Precisamos desmistificar o índio como o belo selvagem. Isso tira seu caráter de humanidade e até onde sabemos, todos os indígenas são homo sapiens sapiens, como nós”.

André classifica a complexa organização social guarani em quatro pontos:

- parentesco
- linearidade
- relações harmônicas e desarmônicas, de complementaridade
- terminologia e regras de casamento

O professor explica que existia nesta organização a questão do prestígio social e que pouco se fala nesses pontos quando o assunto é missões jesuíticas. E dispara: “é um erro crasso dos arqueólogos afirmar que a cultura material é a única marca histórica dos guarani”, afinal, segundo André, as diferenças se provam pelas fontes históricas e etnográficas. “O povo guarani tinha uma rede social que se ampliava por quilômetros e que se comunicava. Isso se prova por análise química da cerâmica que produziam”.

Ao final da fala dos pesquisadores, o público perguntou sobre antropofagia entre os guarani, o que foi confirmado por Artur e André, e se falou também, durante o debate, sobre as doenças trazidas pelos europeus, que foram a principal causa de morte dos índios.
Fonte: IHU - Unisinos

A cosmologia guarani: um discurso próprio e intransferível

Há mais de quatro décadas trabalhando com os guarani, o jesuíta Bartomeu Melià salientou que sua existência pessoal está imbricada até seus meandros pelas vivências e aprendizados com esse povo. “Fui evangelizado pelos índios”, disse à plateia que assistiu à sua conferência A cosmologia indígena e a religião cristã: encontros e desencontros, na noite de 26-10-2010, dentro da programação do XII Simpósio Internacional IHU: a experiência missioneira: território, cultura e identidade.
Melià contou que nesses 400 anos de missões, os jesuítas sempre procuraram aprender a língua do povo, do lugar para onde eram enviados. Tal aprendizado se tornava uma verdadeira paixão e, às vezes, uma obsessão. Alguns missionários chegaram mesmo a enlouquecer, tamanha a dedicação e exaustão em aprender o idioma no qual estavam inseridos. Além disso, observou, um idioma precisa ser aprendido “apalpando-o”, “cheirando-o”. A língua é a “pele do povo”, e para o missionário deve ser a pele onde irá habitar desde então. A situação torna-se problemática quando se quer aprender o idioma sem viver a sua realidade. Por isso, disse Melià, não bastava traduzir o Evangelho para o guarani, mas era fundamental aprender as particularidades desse povo. No contexto da experiência missioneira a língua serviu como ponte entre missionários e indígenas.
Leia Mais...


Aconpanhe o o XII Simpósio Internacional IHU

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Carta de Repúdio

Carta de Repúdio Dos estudantes e professores Pataxó Hã-Hã-Hãe e Tupinambá pelo assassinato de Zé da Gata.
Nós, abaixo nomeados, repudiamos o assassinato do indígena Pataxó Hã Hã Hãe José de Jesus Silva (Zé da Gata), 37 anos, Aldeia Caramuru Paraguaçu no município de Pau Brasil, na Bahia, acontecido por volta das 18 horas do dia 23 de outubro, na estrada que liga Pau Brasil a Itaju do Colônia. O assassinato ocorreu no caminho da Terra Indígena que foi retomada recentemente, que faz parte do processo da extensão da Terra Indígena Caramuru.
Nessa terra, os índios têm garantido por Lei cinquenta e quatro mil e cem hectares, uma vez que este território está demarcado e homologado. Porém, isso não é respeitado, resultando em frequentes violências contra as comunidades indígenas. Há 28 anos que esperamos a Nulidade de Títulos que irregularmente foi fornecida pelo então Governo do Estado da Bahia aos fazendeiros, desta forma, enquanto o STF não decide, muitas vidas continuam sendo tiradas.
A situação não é nova, há 16 dias (manhã do dia 10 de outubro) homens fortemente armados, mascarados e com coletes à prova de balas dispararam vários tiros em direção aos indígenas que ocupam esta mesma área conflituosa. Constatamos que nas fronteiras que dão acesso às áreas indígenas foram construídos bloqueios, feitos de paus e pedras, tocaiados por pistoleiros contratados por fazendeiros, impossibilitando os estudantes indígenas de terem acesso à escola. Esta situação paralisou as aulas.
Nós estudantes (Pataxó Hã Hã Hãe, Pataxó e Tupinambá), professores e técnicos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena (IFBA – Porto Seguro), acompanhados de lideranças indígenas da região, unimos forças em favor dos direitos indígenas e contra a violência historicamente praticada contra estes povos.
Leia os nomes signatários NOME/ETNIA

Pesquisa Ecológica de Longa Duração é iniciada no Pampa

A aproximação entre a APA do Ibirapuitã, a Fundação Zoobotânica/SEMA/RS e a Geografia da UFRGS resultou no projeto intitulado "Avaliação da paisagem, composição, estrutura e dinâmica de comunidades terrestres e aquáticas na APA do Ibirapuitã - Bioma Pampa: potencialidades, conflitos de uso e sustentabilidade", o qual está sendo financiado pelo CNPq dentro do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração - PELD/CNPq/MCT.

América Ameríndia e a consciência da humanidade: o diálogo pela aliança da libertação

Memória, remorso e compromisso uniram, na noite de ontem, a platéia que assistiu ao espetáculo Missa da Terra Sem Males, no Anfiteatro Pe. Werner, na Unisinos, na abertura do XII Simpósio Internacional IHU – A experiência missioneira: território, cultura e identidade, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU em parceria com o curso de História da Unisinos, que será realizado até o dia 28-10-2010.
Leia Mais...