segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vereador Ivo Fiorotti lança o livro "Alétheia - a cidadania em construção"

Depois do livro "O Mundo de Sofia", que nos permitiu ler através de um romance assuntos clássicos da filosofia, agora também podemos refletir temas importantes da filosofia política, presentes em nosso cotidiano, que estão no mundo de Alétheia, desenvolvidos por Ivo Fiorotti no livro "Alétheia - a cidadania em construção". Vereador em Canoas, formado em filosofia  e teologia, com pós-graduação em ciências políticas, Ivo Fiorotti utilizou sua bagagem de conhecimentos filosóficos para refletir sobre a nova realidade vivida na cidade com a democracia participativa. O autor criou uma personagem chamada Alétheia, que personifica diversas mulheres, pessoas simples, com as quais o autor convive na militância comunitária e que descobrem a força da participação popular e dedicam suas vidas na construção da cidadania. No livro, Alétheia é uma mulher indiodescendente, que traz no semblante as marcas de desterro do povo guarani e na alma a utopia da terra sem males, o sonho de um outro mundo possível. Alétheia descobre que a política e as organizações sociais também são lugares de mulher e que a cidadania está em construção e requer a participação popular. A Alétheia, no livro de Fiorotti, é uma cidadã em construção, que sabe dizer sim e também sabe dizer não, sabe escolher o melhor para seu povo, sabe fazer opções que mudam a vida de uma cidade. Com a mente e o coração, Alétheia sabe arquitetar a cidadania, que se constrói na participação popular.
Alétheia (em grego antigo, ἀλήθεια: "verdade", no sentido de desvelamento: de "a", "negação", e "lethe" "esquecimento"), para os antigos gregos, designava verdade e realidade, simultaneamente (pt.wikipedia.org/wiki/Alétheia). Por isso, em seus diálogos com Alétheia, o autor, numa sequência de textos, apresenta brevíssimas reflexões filosóficas, abordando sobre como os mais importantes pensadores da humanidade compreenderam a verdade dos eventos sociais.
Num percurso de dialogação com Alétheia, de encontros com a verdade dos fatos, o livro do vereador canoense e ex-frade Capuchinho, Ivo Fiorotti, aborda sobre filosofia política, com base nos pensadores clássicos dos períodos: antigo, medieval e moderno. Toda a reflexão se dá a partir de situações vividas por Alétheia, que começa participando dos espaços comunitários e sociais e de participação popular, como o Orçamento Participativo (OP), e cada vez mais se entusiasma, questiona, busca compreender a verdade e a cada nova compreensão gesta novas indagações no caminho da cidadania em construção.
"Alétheia - a cidadania em construção" é um livro agradável de ler, que desperta para a pesquisa filosófica, a dialogação com a verdade, a compreensão da realidade e a participação cidadã que transforma a vida em sociedade.
No mundo de "Alétheia" a cidadania é um fenômeno em construção e a sua filosofia não apenas interpreta a realidade, mas a transforma para melhor. Alétheia aguça para o diálogo esclarecedor da verdade da vid
O livro está na 28º Feira do Livro de Canoas, com sessão de autógrafos no dia 1º de junho, às 19 horas, no Café Literário.
Pilato Pereira

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Jovens percorrem os “Caminhos de São Sepé Tiarajú”

Encontro com a comunidade Quilombola de Rincão dos Negros-Rio Pardo-RS
“De bicicleta deixando para trás o estresse, contemplando a natureza e se comprometendo com a vida”.

Por Maurício Queiroz*
Aconteceu de 3 a 7 de fevereiro de 2012 a 5ª”Bicicletada”, “Jovens Percorrendo os Caminhos de São Sepé Tiarajú saindo de Rio Pardo e indo em direção à São Gabriel-RS.
Este ano, ao contrario dos anteriores, a “Bicicletada”não percorreu toda a quilometragem de mais de 220km. Aconteceu com atos nas cidades de: Rio Pardo, São Sepé, Caçapava do Sul e São Gabriel. Ao todo mais de 25 jovens fizeram cerca de 100km de bicicleta nestes atos realizados nas cidades que citamos acima.
Em Rio Pardo, teve início nas margens da Rodovia BR 471 entre Pântano Grande e Rio Pardo, em uma fonte na beira da rodovia que secou devido a monocultura de eucalipto dos latifúndios próximos, com reflexão sobre o meio ambiente e as injustiças sociais. Depois seguiram até Rio Pardo distante 16,4 km, onde almoçaram na Casa Jesus Maria José e ficaram hospedados, neste local também foi realizado formação com os jovens.
A tarde realizaram ato no Forte Jesus Maria José local onde os Portugueses prenderam o índio Sepé. Lá os jovens da “Bicicletada” receberam cerca de 500 jovens do Levante Popular da Juventude de todo o Brasil. Houve uma forte reflexão sobre a luta dos povos indígenas feita pelo Irmão Antônio Cechin que abordou questões históricas e atuais da luta.
A juventude do Levante junto com os jovens da Bicicletada
em Rio Pardo no Forte Jesus Maria José em Rio Pardo-RS
No dia 04 pela manhã os jovens foram visitar locais históricos de Rio Pardo, entre os principais: A Rua da Ladeira (1ªrua calçada no RS, feita pelos escravos há quase 200 anos). Na parte da tarde a visita foi para o Quilombo Rincão dos Negros, no Passo da Taquara, em Rio Pardo. Maurício e Oldi da CPT organizaram a visita que foi uma forma de integrar os jovens junto aos Quilombolas para conhecerem sua história. Quilombo este que está trabalhando para recuperar suas terras. As 30 famílias receberão 500 hectares que já estão sendo demarcadas. Uma luta muito importante e que foi relatada pelo líder Adair David.
No dia 5 foram de ônibus até São Sepé onde realizaram atos locais e seguiram em direção à São Gabriel, local onde Sepé Tiarajú foi morto no dia 07 de fevereiro de 1756 pelos exércitos de Espanha e Portugal que armaram emboscada e no dia 10 de fevereiro de 1756 mais de 1500 guaranis foram assassinados pelos dois exércitos. Dias 6 e 7 os jovens participaram do encontro dos Guaranis que estavam em mais de 500 acampados no parque do município discutindo a sua luta.
Creio que relatei os pontos mais importantes do roteiro, mas queria ainda dizer que o objetivo da “Bicicletada”é Unir jovens da roça e das periferias urbanas, indígenas e quilombolas e demais culturas em uma atividade física que é bom para o corpo e a mente, em uma atividade que trás reflexão sobre o meio ambiente, fé e também sobre a luta dos povos gerando consciência social e compromisso com estas causas.
Ande de bicicleta. Faça atividade física. Preserve a natureza. Se comprometa com a vida. Entre na luta social por um mundo melhor.

*Maurício Queiroz é Técnico Agrícola, estudante de Biologia, agente da CPT na Diocese de Santa Cruz do Sul e membro da coordenação colegiada da CPT-RS.