quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A cosmologia guarani: um discurso próprio e intransferível

Há mais de quatro décadas trabalhando com os guarani, o jesuíta Bartomeu Melià salientou que sua existência pessoal está imbricada até seus meandros pelas vivências e aprendizados com esse povo. “Fui evangelizado pelos índios”, disse à plateia que assistiu à sua conferência A cosmologia indígena e a religião cristã: encontros e desencontros, na noite de 26-10-2010, dentro da programação do XII Simpósio Internacional IHU: a experiência missioneira: território, cultura e identidade.
Melià contou que nesses 400 anos de missões, os jesuítas sempre procuraram aprender a língua do povo, do lugar para onde eram enviados. Tal aprendizado se tornava uma verdadeira paixão e, às vezes, uma obsessão. Alguns missionários chegaram mesmo a enlouquecer, tamanha a dedicação e exaustão em aprender o idioma no qual estavam inseridos. Além disso, observou, um idioma precisa ser aprendido “apalpando-o”, “cheirando-o”. A língua é a “pele do povo”, e para o missionário deve ser a pele onde irá habitar desde então. A situação torna-se problemática quando se quer aprender o idioma sem viver a sua realidade. Por isso, disse Melià, não bastava traduzir o Evangelho para o guarani, mas era fundamental aprender as particularidades desse povo. No contexto da experiência missioneira a língua serviu como ponte entre missionários e indígenas.
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